A China está prestes a aprovar seu primeiro medicamento nacional de dupla ação para o tratamento da obesidade. Chamado mazdutida, o fármaco demonstrou eficácia significativa em testes clínicos de fase 3, com resultados publicados no The New England Journal of Medicine em 24 de maio de 2025.
Como funciona a mazdutida?
Desenvolvida pela empresa chinesa Innovent Biologics, a mazdutida atua simultaneamente nos receptores GLP-1 e GCGR, suprimindo o apetite e acelerando o metabolismo. Essa abordagem difere de medicamentos como o semaglutida (Ozempic), que atuam apenas nos receptores GLP-1.
Resultados dos testes clínicos
O estudo, liderado pelo professor Ji Linong, do Hospital Popular da Universidade de Pequim, envolveu 610 participantes chineses com sobrepeso ou obesidade e pelo menos uma complicação relacionada. Após 32 semanas de tratamento com doses semanais de 4 mg ou 6 mg, quase metade dos pacientes do grupo de 6 mg perdeu pelo menos 15% do peso corporal. Os efeitos colaterais mais comuns foram leves a moderados, principalmente gastrointestinais.
Importância para a população chinesa
O professor Ji destacou que diretrizes globais para o tratamento da obesidade baseiam-se principalmente em dados de populações brancas, podendo não se aplicar totalmente a pacientes asiáticos. Ele enfatizou a necessidade urgente de evidências específicas para a China, visando orientar o manejo do peso nessa população.
Perspectivas futuras
Com a previsão de que mais da metade da população adulta mundial estará acima do peso ou obesa até 2050, e estimativas indicando que a China terá 630 milhões de pessoas nessa condição, a mazdutida surge como uma ferramenta promissora. O mercado chinês de tratamentos para perda de peso e diabetes deve atingir 14,9 bilhões de yuans (US$ 2,1 bilhões) até 2030.
Com informações do Sixth Tone.