O Congresso precisa desarmar o espírito, assumir seu papel de representante do povo e começar a trabalhar com seriedade nas discussões dos temas mais urgentes para o país. Fixar-se em alguns temas como tem feito, praticamente paralisando suas atividades com atitudes radicais, só atrapalha o desenvolvimento nacional, já em risco pelas medidas populistas tomadas por Trump nos Estados Unidos, que têm instabilidade em todo o mundo. 

Travar a pauta sem abrir debate sério e profundo sobre as propostas, como vem ocorrendo com o aumento do IOF, ou por radicalismos político, como no caso da proposta de anistia política, é um crime contra a população. O Congresso precisa sim discutir as propostas e as medidas adotadas pelo governo, mas não pode fazer da radicalização uma medida de postergação de decisões. 

Travamento da pauta

A pauta do Legislativa é ampla e não pode ficar paralisada por interesses de grupos. Não se ite, por exemplo, que enquanto interesses de grupos mantenham o processo de travamento da pauta para pressionar o governo, temas urgentes para a população fiquem parados, esquecidos – em algumas situações por conveniência – sem análise profunda e responsável. 

Apenas como exemplo, lembro que não evoluiu o debate sobre a PEC da Segurança Pública apresentada pelo governo, com mudanças na estrutura do setor no país. E o país vive um momento crítico no setor, com o aumento descontrolado da criminalidade, assustando a população. Este é um tema controverso, que requer um amplo debate com a sociedade, mas que fica numa tramitação burocrática, sem apresentar evolução. 

Enquanto isto, outros temas de interesse de grupos específicos, dominam a pauta e paralisam os trabalhos parlamentares, servindo de temas para a radicalização política. E as perspectivas são desanimadores. 

Recesso junino

Apesar de a legislação prever recesso parlamentar só em julho, de pouco mais de quinze dias, desde já não contem com a presença de maciça de parlamentares em Brasília. 
As festas juninas começaram provocando o que se convencionou chamar de “recesso branco” que nada mais é do que gazetear, com a desculpa de visita à bases. O Brasil? Bem, o Brasil fica para depois.

Não podemos nos esquecer ainda de que deveremos ter um segundo semestre politicamente bem radicalizado, com o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e alguns de seus auxiliares – inclusive militares, pelos atos do 8 de janeiro. 
A tendência no STF é de punições severas.